Casal trata infertilidade e tem seis gémeos

Um casal norte-americano está na boca do mundo por ter visto nascer seis bebés de uma só vez, resultado de um tratamento de fertilidade. Um caso raro de sucesso, uma vez que os riscos de uma gravidez nestas condições são muito elevados. Portugal, em 2002, viveu um caso semelhante, com uma mulher madeirense. No entanto, o final não foi feliz, uma vez que os seis embriões não sobreviveram.


Jenny e Bryan, casados desde 2004, cedo procuraram aumentar a família. Após duas tentativas falhadas, nas quais Jenny Masche abortou, o casal suspeitou tratar-se de alguma anomalia. No entanto, depois de exames exaustivos, os médicos concluíram que tudo estava bem. Mesmo assim, Jenny e Bryan, respectivamente com 32 e 29 anos, optaram por fazer um tratamento de fertilidade que, através da injecção na mulher de uma substância à base de folitropina beta, estimula a produção de óvulos. “Os médicos disseram que teríamos de repetir estas injecções umas cinco ou seis vezes, mas optámos por fazer apenas uma”, afirmou a mãe, que já recuperou a forma física depois “de uma barriga gigantesca durante a gravidez”.

João Vicente Pinto, médico obstetra e director da Maternidade Alfredo da Costa durante 35 anos, explicou ao CM que “uma gravidez com seis fetos representa sempre um risco enorme”. “Em Inglaterra, como em outros países, os médicos raramente permitem estas situações, fazendo-se uma selecção dos embriões, para que seja viável a sobrevivência de alguns”, acrescentou.
Esta foi uma possibilidade colocada aos pais que, no entanto, recusaram, dizendo não serem “capazes de escolher uns sobre outros”.
“É um drama, mas a verdade é que, se não for assim, a probabilidade de sobrevivência é muito menor”, referiu o médico, dando conta do caso de uma mulher madeirense: “Ainda estava na Maternidade Alfredo da Costa quando nos foi encaminhada uma mulher madeirense com seis fetos. Curiosamente também resultou de um tratamento de fertilidade. Neste caso, no entanto, nenhum deles vingou.”
Questionado sobre a frequência com que estas situações acontecem, José Vicente Pinto esclareceu que as hipóteses de sucesso são ínfimas. “São casos muito raros. Em Portugal, durante o boom da fertilização in vitro, acontecia existirem mulheres com gémeos ou trigémeos. Com mais de quatro, as possibilidades de sobrevivência são muito reduzidas”, afirma o médico, referindo, porém, que “já se consegue salvar embriões com apenas 28 semanas”.

UM CASO EM CADA 96 MILHÕES
Uma gravidez com estas características, onde existem seis embriões, é rara. A estatística diz que só acontece uma vez em cada 96 milhões de gravidezes. No entanto, a natureza encarrega-se de contrariar a estatística.
Em 2004, uma mulher de 29 anos deu à luz seis crianças na Pensilvânia, nos Estados Unidos. O bebé mais robusto pesava menos de 1,5 quilos, enquanto o mais leve não ia além das 800 gramas. No mesmo ano, Amy Van Houten, do Michigan, também nos EUA, trouxe ao mundo seis crianças. O peso oscilava entre as 300 e as 500 gramas.
Em Portugal, o caso mais mediático aconteceu em 2003. Fangueiro, então futebolista do V. Guimarães, foi pai de quatro gémeos

in cmjornal

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